Reconheçamos o básico.


“Reconheçamos o básico:

uma vida sem amigos é uma vida vazia.

O mundo é muito maior que a sala e a cozinha do nosso apartamento.

A arte proporciona um sem-número de viagens essenciais para o espírito.

Amar é disparado a coisa mais importante que existe.”


Doidas e Santas – Martha Medeiros.

As feministas mais ortodoxas devem estar bufando...

“... as feministas mais ortodoxas devem estar bufando.

Tanta coisa pra se exigir de um homem: mais espaço na política, mais ajuda em casa, salários iguais e nada de gracinhas no escritório, e vem essa daí clamar por palavras!


Pois essa daqui acha tão interessante a idéia de igualdade entre os sexos que adoraria vê-los soltar o verbo como nós fazemos, expressar os sentimentos sem medo de ser piegas, afirmar e reafirmar diariamente como a gente é importante para eles e que saudades estavam do perfume dos nossos cabelos.

Clichê em último grau, reconheço, mas quem quer ser moderna nessa hora? Tudo o que se reivindica é o desbloqueio emocional masculino...”


Martha Medeiros – Non-Stop.

Fio do labirinto


"Clare, quero dizer, de novo, que te amo. Nosso amor foi o fio do labirinto, a rede embaixo de quem caminha na corda bamba, a única coisa verdadeira e confiável nessa minha vida estranha. Esta noite, sinto que meu amor por você tem mais densidade neste mundo do que eu mesmo tenho; como se pudesse permanecer depois de minha morte, e te rodear, te proteger, te segurar."


Audrey Niffenegger - A Mulher do Viajante do Tempo

Teve vontade de ligar...

“Como gostaria de poder não ser tão medroso ou orgulhoso e ter coragem de ligar e tentar explicar o inexplicável, justificar o injustificável, na vã tentativa de sensibilizá-la com seus motivos e fazê-la enxergar que seu amor era o que de mais puro poderia haver. Teve vontade de ligar como da primeira vez, com a simples intenção de ouvir sua voz dizendo ‘alô’, mas na mesma intensidade teve medo.
Não o medo puro de ser incompreendido, mas o de, ouvindo sua voz, alimentar ainda mais uma paixão fadada ao ostracismo, ao esquecimento, a figurar para sempre no limbo de sua memória.”


Maurício Porto - O Mundo de Vidro.

Minha única teoria...


“Aqui abro um parênteses para a minha única teoria. Mulheres só se apaixonam por homens que sabem fazer rir. Homens que dizem coisas engraçadas, ao mesmo tempo idiotas e inteligentes, o que elimina o Chapolim da lista.”


Dez (quase) Amores – Claudia Tajes

Se for por amor...

“O chofer me preveniu: Cuidado, sábio, nessa casa matam gente.

Respondi: Se for por amor, não importa.”




Gabriel García Márquez - Memória de Minhas Putas Tristes.

E já não podemos dizer nada.

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.

Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.


Eduardo Alves da Costa.

Bando de inconsequentes.

Pessoas com vidas interessantes não têm fricote.
Elas trocam de cidade.
Investem em projetos sem garantia.
Interessam-se por gente que é o oposto delas.
Pedem demissão sem ter outro emprego em vista.
Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram.
Estão dispostas a mudar a de cor preferida, de prato predileto.
Começam do zero inúmeras veres.
Não se assustam com a passagem do tempo.
Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras de amor, compram passagens só de ida.



Para os rotuladores de plantão, um bando de inconsequentes...

Martha Medeiros - Doidas e Santas.

As primeiras imagens

"Certa ocasião ouvi um cliente habitual da livraria de meu pai comentar que poucas coisas marcam tanto um leitor, como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração. As primeiras imagens, o eco dessas palavras, que pensamos ter deixado para trás nos acompanham por toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória, ao qual mais tarde ou mais cedo – não importa os livros que leiamos, os mundos que descubramos, o quanto aprendamos ou esqueçamos - iremos retornar."

Carlos Ruiz Zafón - A Sombra do Vento