Sem o medo havia o mundo...

“A uma distância infinita eu via o chão. Ofélia, tentei eu inutilmente atingir à distância o coração da menina calada.

Oh, não se assuste muito! às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro! a gente não ama bem, ouça, repeti como se pudesse alcançá-la antes que, desistindo de servir ao verdadeiro, ela fosse altivamente servir ao nada.

Eu que não me lembrara de lhe avisar que sem o medo havia o mundo.”


Clarice Lispector - Felicidade Clandestina.

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